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Campanhas de SST no país

Pesquisa explora o universo das campanhas de SST no país

Relatório traz panorama geral das campanhas de prevenção em SST e recomendações para a criação de novos materiais

o Brasil, campanhas preventivas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) apresentam baixa representação de algumas atividades com altos índices de acidentes, adoecimento e mortes relacionadas ao trabalho. É o que aponta relatório de pesquisa “Culturas e paradigmas de prevenção em SST através das mensagens preventivas” de Leo Vinicius Maia Liberato, tecnologista do Centro Regional do Sul da Fundacentro.

Com objetivo de ampliar a compreensão dos conteúdos das campanhas de prevenção em SST no país, a pesquisa demonstra quais fatores de risco, setores e atividades são mais abordados. E ainda revela as lacunas existentes nas produções, considerando as lesões mais comuns, sua gravidade e as mudanças contemporâneas no mundo do trabalho.

O documento é resultado de um trabalho de análise de conteúdo realizado em 70 vídeos, disponibilizados na internet, produzidos de janeiro de 2006 a julho de 2018. O material selecionado para a pesquisa foi produzido por instituições estatais, empresariais e sindicais.

A ideia do estudo surgiu da inquietação do especialista ao observar que a cultura prevencionista aparentava-se carente frente a todo o conhecimento já elaborado no campo da SST. “Parecia ainda ser muito forte uma visão preventiva baseada em EPIs e numa perspectiva de controle comportamental do trabalhador”, afirma Leo Vinicius.

O relatório destaca que os fatores sociais, econômicos e de organização do trabalho estão mais presentes nos materiais produzidos pelos sindicatos dos trabalhadores e em produções que se referem aos setores de serviços, aos fatores de riscos psicossociais e as doenças.

Nas campanhas patronais, é possível verificar que o comportamento individual, focado na conduta do trabalhador, tem maior ênfase. Já nas campanhas de instituições estatais não foi possível constatar uma predominância clara de suas abordagens, permeando entre diversos fatores.

Também foi observada a baixa presença de atividades relacionadas ao transporte rodoviário em vídeos de campanhas preventivas, discrepante com a alta taxa de acidentes. “Motorista de caminhão e motofretista se destacam entre as ocupações com maior número absoluto de mortes, maior taxa de mortalidade e de aposentadorias por invalidez decorrentes de acidentes de trabalho. E há relativamente poucas campanhas preventivas de SST, ao menos em vídeo, voltadas a essas atividades”, explicou o tecnologista.

O trabalho ainda traz recomendações para que seja intensificado o número de campanhas preventivas que tratem do setor de transportes. Inclusive, a pesquisa expõe a necessidade de materiais que foquem outros atores, além do próprio trabalhador. É o caso das campanhas relacionada às doenças ocupacionais que afetam os trabalhadores informais, os professores, os trabalhadores da limpeza e vigilância.

Comunicação Preventiva

Em 2019, Leo Vinicius teve a iniciativa de traduzir a obra de Alfredo Menéndez-Navarro, “A Arte da Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho”. O livro foi publicado pela Fundacentro e serviu de inspiração para a pesquisa do tecnologista. 

Recentemente, o estudo do especialista ainda originou dois artigos científico. “Campanhas Audiovisuais de Prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho e o Perfil de Agravos no Brasil”, publicado na revista Trabalho, Política e Sociedade (RTPS). E, “Dos fatores individuais aos sociais: paradigmas em Segurança e Saúde no Trabalho em campanhas preventivas audiovisuais no Brasil”, publicado na revista Laborare.

Fonte: Fundacentro